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Crédito: Divulgação
A força e a qualidade dos vinhos de inverno ganharam destaque nacional durante a 33ª Avaliação Nacional de Vinhos – Safra 2025, realizada no último sábado (25), em Bento Gonçalves (RS). Três vinícolas associadas à Associação Nacional de Produtores de Vinho de Inverno (Anprovin) tiveram amostras selecionadas entre os vinhos mais representativos do ano, reafirmando o potencial da técnica da dupla poda e a excelência do terroir do Cerrado e do Sudeste brasileiro.
Criada em 1993 pela Associação Brasileira de Enologia (ABE), a Avaliação Nacional de Vinhos é um evento singular no mundo. Diferente de um concurso, a iniciativa tem caráter formativo e celebra o vinho brasileiro como expressão cultural, científica e sensorial. A proposta é valorizar o trabalho dos enólogos e estimular o aprimoramento técnico, permitindo que produtores e apreciadores comparem safras, compartilhem percepções com base nas análises conduzidas por especialistas convidados. As amostras foram avaliadas às cegas por um grupo de 72 enólogos, divididos em oito equipes. Deste trabalho surgiram as 16 amostras mais representativas da safra, que foram apresentadas ao público em um grande evento de premiação.
Entre os destaques está o Villa Triacca Marselan Superiore, reconhecido entre os 16 vinhos mais representativos do ano. Ele é elaborado com a variedade francesa Marselan, o vinho está em maturação há dez meses, sendo nove barricas de carvalho francês e uma americana, com engarrafamento previsto para dezembro, quando completará 12 meses de estágio em madeira. Esse reconhecimento técnico reforça a excelência da viticultura brasiliense e comprova a qualidade dos vinhos de inverno, revelando o potencial de diferentes castas.
Da nova vinícola Philosophia Wine, o Thésis Sauvignon Blanc destacou-se pela precisão técnica e excelente expressão aromática. Elaborado a partir de uvas colhidas no inverno nas Vinhas dos Bandeirantes (em São Roque/SP), o produto segue o método tradicional de vinificação em brancos, com controle de temperatura, desengace e prensagem pneumática. De cor amarelo-claro esverdeado, apresenta notas de frutas tropicais, como goiaba branca e maracujá, e leve toque de especiarias. No paladar, é fresco, estruturado e de acidez vibrante, com retrogosto frutado e persistente.
Já a Ercoara, com vinhedos de altitude no Cerrado, apresentou um blend inédito que une Syrah (40%), Cabernet Franc (40%) e Marselan (20%). O vinho está em maturação há dez meses em barricas francesas de primeiro uso e completará 12 meses de estágio em carvalho antes de ser lançado como Maná Terruá, o primeiro corte da vinícola. O rótulo sintetiza a essência do Cerrado e simboliza a busca pela identidade do vinho de inverno brasileiro.
“Essa conquista reforça o propósito da Anprovin de promover o desenvolvimento técnico, científico e comercial dos vinhos de inverno, mostrando que a dupla poda é uma técnica que oferece qualidade aos produtores. Ter três associados entre os destaques da Avaliação Nacional de Vinhos é motivo de orgulho e prova da força do nosso movimento”, comemora Claudio Góes, presidente da Anprovin.
Além das três vinícolas premiadas entre os 16 vinhos mais representativos, Alma Gerais, Casa Geraldo, Casa Soncini, Casa Bruxel, Vinícola Brasília e Casa Vitor também tiveram amostras classificadas entre os 30% de maior destaque da safra, o que reforça a consistência e a qualidade técnica do grupo. Esse resultado evidencia o crescimento da produção de vinhos de inverno e o fortalecimento de regiões emergentes, que vêm se afirmando como novas referências da vitivinicultura nacional.
“A participação dos nossos associados na Avaliação Nacional de Vinhos é motivo de orgulho para a Anprovin. Enviar amostras para um evento dessa relevância reforça a representatividade dos vinhos de inverno no cenário nacional e demonstra o compromisso dos produtores com a qualidade e a evolução da viticultura brasileira”, destaca Aline Mabel, diretora técnica da Anprovin e diretora regional Sudeste da Associação Brasileira de Enologia.
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