terça-feira, 9 de setembro de 2025

Mitos e verdades sobre manteiga ou margarina

 

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Elas estão entre os alimentos mais tradicionais da mesa dos brasileiros, seja para acompanhar o pão no café da manhã, dar sabor a uma receita ou untar a frigideira. Mas quando o assunto é saúde, surge a dúvida: manteiga ou margarina, qual é a melhor?

Cintya Bassi, coordenadora de Nutrição e Dietética do São Cristóvão Saúde, explica as principais diferenças entre esses produtos e reforça que moderação, leitura de rótulo e contexto alimentar são mais importantes do que escolher um lado.

Segundo a nutricionista, a principal distinção entre manteiga e margarina está na origem da gordura:

  • A manteiga é um produto de origem animal, feita a partir da nata do leite. Contém gorduras saturadas e colesterol, mas em versões mais puras, pode ter apenas dois ingredientes: creme de leite e sal, sem aditivos químicos.
  • A margarina, por outro lado, é um produto industrializado à base de gordura vegetal. Em versões mais modernas, pode conter gorduras mono e poli-insaturadas (consideradas “boas”), mas também traz aditivos como emulsificantes, corantes e aromatizantes.

“As duas opções têm pontos positivos e negativos. O importante é considerar a quantidade, a composição e a frequência com que são consumidas”, destaca Cintya.

E a gordura trans?

Durante décadas, a margarina foi criticada por conter gordura trans industrial, associada a aumento do colesterol LDL (ruim) e redução do HDL (bom). No entanto, desde 2021, a Anvisa proibiu a adição de gordura trans industrial acima de 2% nos alimentos comercializados no Brasil.

“Hoje é possível encontrar margarinas com zero gordura trans, e isso mudou o cenário. Mas é essencial verificar os rótulos e buscar versões com óleos saudáveis e menor teor de sódio”, orienta a especialista.

Em termos calóricos, a diferença entre os dois produtos é pequena. Enquanto a margarina fornece, em média, 43 kcal por colher de chá (5g), a manteiga apresenta cerca de 53 kcal na mesma porção.

“Para quem busca emagrecimento, essa diferença pode parecer relevante, mas ela perde o sentido se o produto for consumido em excesso ou em conjunto com alimentos ultraprocessados”, alerta Cintya.

A manteiga, por muitos anos, foi considerada prejudicial à saúde do coração devido ao seu teor de gordura saturada. No entanto, estudos mais recentes indicam que seus efeitos variam conforme o padrão alimentar geral da pessoa.

“O consumo ocasional e moderado de manteiga, dentro de uma alimentação equilibrada, não é necessariamente prejudicial. O problema é o excesso, assim como ocorre com a margarina”, reforça a nutricionista. Além disso, a manteiga contém vitaminas lipossolúveis naturais, como A, D, E e K, que têm papel importante na saúde dos ossos, da pele e na imunidade.

Dois mitos populares ainda confundem os consumidores:

  • “A margarina é feita de plástico” – falso. Esse boato circula há anos, mas a margarina é feita a partir de óleos vegetais emulsificados. Embora seja mais processada, está longe de ser “plástico”.
  • “A manteiga é sempre melhor porque é natural” – nem sempre. A qualidade depende da composição. Manteigas com adição de conservantes ou aromatizantes também devem ser evitadas.

“O ideal é buscar uma manteiga com lista de ingredientes limpa e margarina sem gordura trans e com óleos bons, como o de canola ou girassol”, explica Cintya.

Substituições mais saudáveis

Para quem deseja evitar manteiga e margarina no dia a dia, existem alternativas nutritivas e saborosas:

  • Abacate amassado com limão e ervas
  • Tahine (pasta de gergelim)
  • Pasta de amendoim ou de castanhas sem açúcar
  • Azeite extravirgem (para cozinhar ou finalizar)

“Essas opções trazem gorduras boas, vitaminas e minerais, com menos aditivos químicos. São ideais para quem busca um padrão alimentar mais natural”, recomenda.

Manteiga e margarina não precisam ser demonizadas, mas devem ser consumidas com moderação e atenção à composição. “A escolha ideal depende do perfil e das necessidades de cada pessoa. Em vez de focar só em qual é melhor, o mais importante é olhar a qualidade do alimento, o rótulo e o contexto da alimentação como um todo”, finaliza Cintya Bassi.

  gabriela.gomes@globalprconsulting.com

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