quinta-feira, 22 de março de 2018

Sommelier de cerveja orienta gastronomia religiosa


 
A relação de Paulo Henrique Quintão, 23 anos, com a igreja surgiu de berço, de família católica. Quando ele tinha 18 anos, estava bastante envolvido com o trabalho pastoral e chegou a pensar no sacerdócio, mas discerniu que a sua vocação religiosa não era a de padre. Hoje inclusive é casado, e mantém uma vida religiosa ativa como Cerimoniário na Paróquia de Sant'Ana em Campo Grande, no Rio. Uma paixão em sua vida é a cerveja, que o motivou a se formar sommelier e técnico cervejeiro. Com essas atividades, encontrou um ponto em comum com a religião. Especializa-se em gastronomia religiosa.

Seu objetivo é apresentar pratos e harmonizações de cervejas que se enquadram neste padrão. Utiliza o contexto histórico para montar o cardápio e observa o que é comum estar a mesa dos cristãos e a partir disso define os rótulos, na maioria das vezes também produzidos pelos religiosos.
"Gastronomia religiosa é composta por todos os alimentos e bebidas que quando preparadas de acordo com a vivencia dos momentos da fé, se torna para o consumidor um alimento sagrado", explica.
Sua relação com a cerveja começou com uma viagem à Europa, onde o jovem conheceu as primeiras cervejas especiais que experimentou.

Confira abaixo quatro dicas de harmonização, elaboradas por Quintão, e na sequência, um texto em que o sommelier explica a relação entre cerveja e religião.

Harmonizações

A tradicional Bacalhoada Gomes Sá, acompanhada de uma cerveja Trapista, a Westmalle Tripel. A bacalhoada se tornou comum nos dias festivos e nos dias em que para os cristãos não é permitido o consumo de carne vermelha. 

O carré de cordeiro, acompanhado de purê, e a cerveja escolhida foi a Trappistes Rochefort 8. Esse prato se torna comum no domingo de Páscoa, representando o cordeiro de Deus.

A Doppelbock foi uma cerveja criada pelos monges do mosteiro de São Francisco de Paula, cerveja forte em álcool e doce, servindo assim como "pão líquido" para os monges durante os períodos de jejum.

Nesta imagem temos Chocolates Trapistas, servidos junto à Westvleteren XII, uma cerveja também de origem trapista. Chocolates também são comuns nas mesas de páscoa.

Além destas harmonizações existem uma série de outras que também podem ser enquadradas nas condições de pratos e bebidas da gastronomia religiosa. Por meio do @cheffbreja, Quintão tenta difundir esse estudo, em que além de tratar das comidas e bebidas fala "da vida e da importância de alguns Santos para a arte da gastronomia".
 

 

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