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Com a chegada das festas de fim de ano, o vinho volta ao centro das celebrações, seja como protagonista dos brindes ou como presente sofisticado. Mas o mercado brasileiro vive um momento de refinamento do paladar — e acertar na escolha exige atenção ao que realmente tem conquistado o consumidor.
Segundo Jonas Martins, sommelier e gerente de vendas da MMV Importadora, a grande tendência do momento é a leveza. O comportamento do consumidor mudou, e há uma busca crescente por vinhos com menor teor alcoólico.
“O perfil de vinhos pesados e alcoólicos, com 14,5% ou 15%, vem perdendo espaço para rótulos que giram em torno de 12%, oferecendo uma experiência menos agressiva e até menos calórica — ou seja, mais saudável".
Jonas: "Um bom presente precisa sair do lugar-comum"
É o avanço da chamada drinkability, tendência que mudou até o diálogo no momento da compra. “Antes, as dúvidas eram sobre preço ou sobre o método de produção. Hoje, ‘qual o teor alcoólico?’ virou pergunta frequente".
Alguns rótulos se destacam especialmente nesta época do ano.
Para presentear alguém que já estuda e entende de vinhos, Jonas indica uma escolha técnica e surpreendente: o Hãhã Marlborough Sauvignon Blanc, da Nova Zelândia. Com 12,5% de álcool, o rótulo representa a excelência do país na produção da uva.
“É um vinho que costumo chamar de ‘vinho de enciclopédia’”, afirma. A intensidade aromática é seu ponto alto. “Se a pessoa tem dificuldade de encontrar aromas, com esse não tem como fugir. Os aromas são muito fortes — tanto que, em degustações, deixo por último, porque o aroma não sai da taça.” Para o especialista, o segredo de um bom presente para o expert é a novidade. “Se a pessoa bebe vinho argentino todo dia, ela mesma já compra. Ganhar um vinho da Nova Zelândia é algo diferente, inusitado".
Para iniciantes, a recomendação é não assustar o paladar com taninos agressivos. A aposta infalível é o campeão de vendas da importadora: o Felitche Pinot Noir. Leve, com 13% de álcool e boa acidez, é um vinho de fácil assimilação. “É descomplicado. A pessoa coloca na taça, bebe e não encontra dificuldade para entender e gostar”, garante Jonas. A versatilidade também ajuda: “Funciona muito bem com peru assado, arroz à grega, farofa ou qualquer prato típico de final de ano.”
Já para quem busca algo curioso — ou quer conquistar alguém que diz “não gostar de vinho” — a dica é o italiano Borgofulvia Malvasia Emilia IGT. A uva Malvasia é naturalmente aromática, e parte da colheita tardia confere leve dulçor e potencializa notas de mel e frutas tropicais, equilibradas por três a quatro meses de barrica.
“Não é a primeira escolha de ninguém, mas quando provam, realmente percebem como esse vinho é sensacional”, afirma.
O que evitar
Ao presentear, Jonas recomenda fugir do óbvio. “Se você sabe que a pessoa adora Malbec, não dê isso para ela. Um bom presente precisa sair do lugar-comum".
Para quem deseja investir um pouco mais e entregar uma experiência tecnicamente impecável, a indicação é o espanhol Murua Reserva, da Bodegas Murua, safra 2016, com longo envelhecimento em carvalho e garrafa. “Esse vinho consegue unir tudo ao mesmo tempo. Ele é elegante, tem potência e corpo. É o diferencial de um vinho de pedigree.”
E se a dúvida persistir — ou para quem procura um rótulo versátil para ter sempre na adega — a resposta pode estar na Chardonnay com passagem por madeira. O destaque vai para o Fortunatos Gran Reserva Chardonnay, do Vale do Maule, que estagia 10 meses em barrica sobre borras finas.
“Na minha opinião, é o melhor vinho para harmonizar com qualquer tipo de comida, não tem erro”, sentencia Jonas. A madeira abre um leque aromático complexo: “Percebemos baunilha, abacaxi — aquele de churrasqueira — pera caramelizada e amêndoas.”
Mais informações: https://www.mmvimportadora.
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