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Apesar de não haver evidência científica de potencial risco a seres humanos, uma petição coletiva, subscrita por entidades de defesa da saúde e do consumidor norte americanas, reivindicou que o corante eritrosina fosse banido de alimentos e medicamentos pelo Food and Drug Administration (FDA). Com os devidos fundamentos legais, a petição foi aceita e o banimento em alimentos passa a valer a partir de janeiro de 2027 naquele país. Há, ainda, um prazo aberto para eventuais objeções.
A eritrosina é um corante artificial, vermelho, orgânico, sintético utilizado em alimentos, bebidas e medicamentos, com o código INS-127. Amparada pelo estudo da Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), a ingestão diária aceitável (IDA) para a eritrosina é de 0-0,1 mg/kg de massa corporal. Com base nesse valor, por exemplo, um indivíduo de 50 kg poderia ingerir, com segurança, 5 mg por dia. Essa faixa é a mesma adotada no Brasil conforme Instrução Normativa - IN 211, da Anvisa. Essa faixa é estabelecida com base em diversos estudos científicos e toxicológicos em animais e humanos.
A petição que desencadeou o banimento sustenta que o corante induz câncer em ratos de laboratório e apresenta os estudos científicos que embasaram a decisão. Um estudo que foi considerado relevante para a medida é o de Borzelleca et al. Esse trabalho identificou o aparecimento de tumor de tireoide em ratos machos que receberam altas doses diárias do corante, um total de 1750 mg/kg/dia. O estudo apontou que a doença na tireoide era seguida do aumento da circulação do hormônio tireoestimulante TSH, embora o mecanismo exato do desenvolvimento da doença ainda seja desconhecido5.
O estudo da JECFA afirma que não é possível associar esses resultados a efeitos tóxicos nos humanos. Primeiramente, as doses utilizadas nos estudos com animais foram muito mais altas que as permitidas e administradas na alimentação humana. Em segundo lugar, os organismos de ratos e humanos são diferentes — em humanos, não há evidência que associe o aumento do TSH ao câncer de tireoide, como acontece nos ratos.