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A convite da Europa Importadora, John Wurdeman, enólogo e proprietário da Pheasant's Tears, a vinícola que produz os vinhos mais naturais da Geórgia, desembarca na próxima semana em São Paulo para participar da Feira Naturebas.
Fundada em 2007 pelo pintor norte-americano John Wurdeman e sua esposa Ketevan Mindorashvili, fundadora do grupo musical georgiano Zedashe, a Pheasant's Tears nasceu do encantamento do casal pelo vinho local durante sua busca pela música folclórica do país. A vinícola está situada na vila de Sighnaghi, no leste da Geórgia.
Todos os vinhos da Pheasant's Tears são feitos com uvas autóctones, fermentadas e envelhecidas em ânforas de terracota, os qvevri, os primeiros recipientes usados para a fermentação do vinho, com achados arqueológicos datando de 8000 a.C. Qvevri são vasos de argila revestidos com cera de abelha, que são enterrados no solo, onde a temperatura permanece constante, permitindo que os vinhos fermentem na temperatura natural da terra. Os qvevri da Pheasant’s Tears variam em idade, sendo alguns originários de meados do século XIX.
A adega foi construída no próprio vinhedo para minimizar os danos às uvas durante o transporte, permitindo a colheita e a prensagem antes das horas mais quentes do sol. Normalmente, leva apenas algumas horas para as uvas colhidas serem prensadas e colocadas no qvevri fresco.
Após ampla pesquisa, John descobriu cerca de 440 das 525 variedades originais. Hoje, a Pheasant's Tears cultiva, de maneira biológica, as variedades Rkatsiteli, Saperavi e Kisi, em 29 hectares de vinhas espalhadas por todo o país. Um dos rótulos, o Poliphonia, é um field blend de 417 diferentes uvas que estão à beira da extinção, e do qual a Pheasant's Tears faz parte de um projeto para preservar.
Os vinhos são produzidos com o uso de leveduras selvagens e mínima intervenção, como no passado. A atenção aos detalhes começa na colheita e dura até o transporte em contêineres refrigerados. Conforme os métodos tradicionais de vinificação georgiana, os caules mais maduros são adicionados às cascas, suco e caroços das uvas, tanto para os vinhos tintos quanto brancos. O tempo de maceração depende da variedade e do tamanho do qvevri, variando entre 3 semanas e 6 meses.
Dos 20 países que importam o vinho da Pheasant’s Tears, os mais entusiastas tendem a ser os mercados mais maduros e ecologicamente conscientes, como Escandinávia, Reino Unido, Japão, EUA e Canadá.
A Pheasant's Tears conta ainda com um restaurante de cozinha local, que utiliza ingredientes sazonais, e recebe visitantes para degustações de safras antigas e cuvées experimentais.
A Europa Importadora traz para o Brasil os seguintes rótulos:
● Mtsvane 2020 - Âmbar, 100% uva Mtsvane, vinhas plantadas em 2011, em solo de arenito, rocha calcária e argila.
● Khikhvi 2019 - Âmbar, 100% uva Khikhvi, vinhas plantadas em 2011, em solo de arenito, rocha calcária e argila marrom.
● Poliphonia 2020 - Tinto, field blens, com mais de 200 variedades de uvas, plantadas em meio hectare de terra, solo de arenito, rocha calcária e argila marrom.
● Vardisperi Rkatsiteli 2022 - Rosé, 100% uva Vardisperi Rkatsiteli, vinhas plantadas em solo de arenito e quartzo.
● Tsistka 2022 - Branco, 100% Tsistka, vinhas plantadas em 1975, em solo de argila amarela e sílex sobre rocha calcária.
● Tsolikouri 2022 - Branco, 100% Tsolikouri, vinhas plantadas em 1975, em solo de argila e rocha calcária com pimenta e carbonato de cálcio, conhecida como pedra-limão.
pandoraexpvinho@gmail.com
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