quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Dia da cachaça: setor cresce no Brasil impulsionado por empreendedores que estão abrindo mão da carreira para investir na bebida

 

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 No dia 13 de setembro é comemorado o Dia da Cachaça. A data foi criada em 2009 pelo Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac) como uma homenagem ao dia em que a bebida foi liberada pela Coroa Portuguesa para venda e fabricação no Brasil: dia 13 de setembro de 1661. A rebelião, que aconteceu no Rio de Janeiro, na época, ficou conhecida como a Revolta da Cachaça, que legalizou a bebida proibida até então. Mesmo com as diversas opções de destilados no mercado e com o fechamento dos bares por conta da pandemia, o setor conseguiu resistir e registrou até crescimento no ano passado.

O número de estabelecimentos produtores de Cachaça e de Aguardente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cresceu 4,14 % no último ano. O número em 2020 foi de 1.131 e em 2019 de 1.086. “Os consumidores estão descobrindo que a cachaça é uma bebida versátil e de muita qualidade, ao contrário do que muitos costumavam pensar, que era uma bebida barata e com teor alcoólico muito forte”, explica o empreendedor Leandro Dias.

Em 2012, Leandro estava no Canadá e descobriu bebidas produzidas com ouro puro na composição. Foi então que ele decidiu abrir mão da carreira na área de tecnologia e lançar a única cachaça com flocos de ouro no mundo: a Middas. A garrafa clássica de 700ml custa R$327. Já a Middas Reserva dos Proprietários armazenada em barris de carvalho custa R$437. “Foi uma forma de dar uma cara nova para uma bebida com anos de estrada”, diz o empreendedor. Com a chegada da pandemia no ano passado, Dias percebeu que muita gente estava passando mais tempo em casa e procurando por cursos online para conseguir uma renda extra.

Foi então que no ano passado ele decidiu criar o curso Lucrando com Bebidas, que ensina como criar a própria marca de destilado sem ter uma destilaria e com um investimento baixo. “A ideia de criar o curso surgiu depois de muitas pessoas me contarem que sonhavam em ter a própria marca de bebida, mas imaginavam que isso era uma realidade distante, que custava muito caro”, ressalta Dias. O curso também acabou sendo uma opção para quem estava buscando uma outra fonte de renda por conta da pandemia.

Lançado em maio de 2020, aproximadamente 1.500 alunos já fizeram o curso desde que ele foi lançado, e a expectativa é conseguir cada vez mais alunos que querem faturar em um setor que consegue se manter mesmo durante uma pandemia global. “Nós explicamos tudo de uma forma muito simples e didática, sendo que indicamos empresas que oferecem preços democráticos para a confecção dos rótulos; quem procurar para encontrar embalagens mais em conta, enfim, tudo para que o aluno não tenha que se preocupar com qualquer detalhe”, afirma o empreendedor.

Trocando os computadores pela cachaça

Natural de Cedro, município brasileiro do estado do Ceará, o empreendedor Hemerson Moreira Costa trabalhava na área da Tecnologia da Informação desde 1998. Com a pandemia e o aumento no

número de pessoas trabalhando em casa, o setor de TI registrou alta na demanda, porém, Costa percebeu que não estava sendo remunerado com o valor condizente com o seu trabalho, então decidiu largar a carreira de 22 anos na área em dezembro de 2020. “Percebi que no Ceará não existiam muitas opções de cachaças artesanais, então decidi largar minha carreira para investir nessa área e preencher essa lacuna”, reforça o empreendedor.

Costa sempre gostou de beber, principalmente cachaça e vodka, suas bebidas favoritas, mas não tinha qualquer critério na hora de escolher um rótulo, então experimentou destilados de diversas marcas e preços. Foi só em 2004 que ele decidiu conhecer melhor o universo das cachaças, e descobriu como apreciar e reconhecer uma boa cachaça. Na tentativa de criar sua própria bebida, ele decidiu buscar informações de como envelhecer e armazenar cachaça para comercialização.

“Eu imaginava que para ter a própria marca de cachaça eu teria de pagar uma fortuna e ter um alambique, foi então que descobri o curso Lucrando com Bebidas”, explica Costa. Após fazer o curso, o empreendedor então lançou no mercado, no dia 15 de junho desse ano, a cachaça Xerosa. A bebida é vendida em duas versões: Ouro, que é um blend de bálsamo e umburana, e prata, que passa um ano descansando em tonel de inox.

A Xerosa é comercializada em casas especializadas, restaurantes e barracas de praia. O valor também é um outro diferencial, pois muitos estão acostumados com os preços das cachaças industrializadas. A prata custa entre R$70 e R$85. Já a ouro, fica entre R$80 e R$95. “Sempre que alguém fica com receio de saborear uma cachaça, principalmente nova no mercado como a Xerosa, eu ofereço uma degustação e explico como a bebida é saborosa e produzida com qualidade e ingredientes selecionados, com o objetivo de acabar com o preconceito que alguns ainda costumam ter”, finaliza o empreendedor.

Fonte: www.noticiaexpressa.com.br

 

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