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*Por Augusto Sato, cofundador e CEO da MeuChope
O Brasil consome 1,2 bilhão de litros de cerveja mensalmente, segundo pesquisa realizada pelo Cupom Válido. É possível um setor tão relevante entrar em crise? O que seria uma crise para o setor cervejeiro? E o que podemos tirar das movimentações mais recentes desse mercado? Desde o anúncio de recuperação judicial do Grupo Petrópolis, que detém as marcas populares como Itaipava, Crystal e Petra e, em paralelo a isso, a Cervejaria Santa Catarina (CSC), dona das marcas Saint Bier, Coruja, Barco e Catarina, que também passou por reestruturações, ocorreram esses e diversos outros questionamentos.
Para um olhar mais atento, esses fatos podem explicar muita coisa. O Brasil é o terceiro maior polo cervejeiro do mundo, com um faturamento de R$ 180 bilhões - equivalente a 2,1% de seu PIB -, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Expressivo e relevante, certo? Mas apenas 3 empresas detém 95% desse valor. Se há crise em uma delas, há crise em todo o setor? Não necessariamente.
Isso porque é notável o crescimento da popularidade da cerveja artesanal. Esse nicho tem chamado atenção dos consumidores e se tornado cada vez mais relevante no mercado cervejeiro. Prova disso, é que alguns players já fizeram movimentações nesse sentido, como a compra da Colorado, de Ribeirão Preto, pela Ambev ou a artesanal inglesa, Beavertown, pela Heineken. Hoje, o Brasil tem registradas mais de 1500 cervejarias artesanais. Dados do Anuário da Cerveja 2021 mostram um crescimento de 48,5% no número de cervejarias nos últimos 20 anos.
Quando falamos desse nicho, nos deparamos com a bruta realidade de que quase metade das cervejarias artesanais do Brasil não registraram lucro em 2022, segundo pesquisa realizada pelo Guia da Cerveja. O trabalho aponta que 46% dos empreendimentos tiveram prejuízo ou só empataram as contas entre receitas e despesas no ano passado. Apesar de dar luz às dificuldades do setor, o levantamento aponta para uma tendência de recuperação: 62% das empresas participantes afirmam que apresentaram crescimento nas vendas de cerveja em 2022 na comparação com 2021. E 81% das cervejarias esperam que o ano de 2023 também seja de crescimento em relação a 2022.
Diz o ditado que onde há crise, há oportunidade. Para o mercado cervejeiro artesanal, o produto é a oportunidade por si só. Isso porque tem suas vantagens: personalização, exclusividade, identidade própria e qualidade das matérias-primas. Fomentar e democratizar o acesso ao artesanal é essencial para os produtores crescerem e, assim, quem sabe, consequentemente o mercado também — e com mais pluralidade.
*Augusto Sato é cofundador e CEO da MeuChope, startup que fomenta o mercado de cervejas artesanais através de incentivo e inteligência de negócios.
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