CURTA NOSSA FANPAGE: https://www.facebookcom/Cerva-na-Caneca
2023 marca o
170º aniversário de um dos produtos mais amados pelos brasileiros: o
leite condensado. O item surgiu por acaso, graças a um norte-americano
que sentiu a falta do leite durante uma longa viagem de navio entre a
América do Norte e Europa.
Desde a sua criação, ele conquistou um lugar especial nas
prateleiras dos supermercados e no coração dos consumidores. Com sua
consistência cremosa e sabor adocicado, o produto tornou-se um
ingrediente versátil, utilizado em diversas receitas e sobremesas
tradicionais.
Neste texto, falaremos sobre a história desse ingrediente, desde sua origem até os dias atuais. Também explicaremos a importância da food science para os produtos fabricados a base de leite. Acompanhe!
A origem do leite condensado
Em 1851, Gail Borden, conhecido inventor dos Estados
Unidos, embarcou rumo a Londres para uma exposição. Na viagem de volta,
duas vacas que estavam a bordo morreram devido a uma infecção. Vale
destacar que os animais embarcaram para prover leite aos passageiros do
navio, pois ainda não existiam tecnologias capazes de conservar a
bebida.
Diante disso, Borden decidiu desenvolver técnicas para conservá-la. Ele buscou inspiração em seitas cristãs da época, conhecidas por condensar sucos e ervas por meio de panelas a vácuo.
Esse foi o “pulo do gato”. Afinal, quem tentava conservar o
leite por mais tempo, sempre queimava o líquido, deixando o produto
final com um gosto intragável. O processo de condensação permite que ele
atinja altas temperaturas em pouco tempo, evitando que a bebida
queime.
Assim, em 1853, o inventor norte-americano conseguiu um produto com prazo de validade longo e que não necessitava de refrigeração. Para melhorar o gosto do leite condensado, Gail Borden adicionou açúcar à receita. O doce logo caiu no gosto popular, conquistando cada vez mais consumidores.
O leite condensado no Brasil e no mundo
Após receber a patente em 1856, o produto criado por Borden passou a ser comercializado fora dos Estados Unidos.
A pesquisa feita pela Allied Market Research, mostra
que o mercado global de leite condensado atingiu a marca de 9,9 bilhões
de dólares em 2021. O levantamento também indica que o setor deve estar
avaliado em 15,2 bilhões de dólares até o ano de 2031.
Trazendo para a nossa realidade, o produto chegou ao Brasil
por meio da Nestlé, responsável por introduzi-lo no mercado brasileiro
em 1890. Desde então, a popularidade do item só cresceu.
Em 2018, o país produziu 655 mil toneladas do produto. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o leite condensado esteve presente em 90% dos lares brasileiro em 2019.
Além disso, o produto foi o 3º produto mais vendido em 2022, de acordo com o levantamento feito pela plataforma Mercado Livre. Por fim, a pesquisa da Kantar Ibope afirma que o consumo anual per capita no mesmo ano alcançou a marca de 6,4 quilos.
Por que o leite condensado pode ser considerado um marco na indústria alimentícia mundial?
A invenção do produto revolucionou o consumo de leite em
todas as partes do mundo. Gail Borden conseguiu um ingrediente que
possui prazo de validade extenso e dispensa refrigeração, facilitando, e
muito, o seu transporte e consumo.
Sem o auxílio da food science, nada disso seria possível.
Os avanços tecnológicos possibilitaram a retirada de 60% do teor de água
do leite integral e a adição de outros ingredientes que servem para
estabilizar e preservar o leite condensado.
Aliás, todas as etapas da produção do produto envolvem
tecnologia. Começando pela centrifugação, primeira etapa da fabricação
do doce. Ela serve para decantar o leite, deixando os materiais sólidos
no fundo da centrífuga.
Feito isso, o leite é filtrado, para que todas as impurezas presentes no líquido sejam eliminadas.
Já a pasteurização está presente na terceira etapa. O
processo consiste em aquecer o leite até 75º C e resfriá-lo
imediatamente para matar os microrganismos.
Na sequência, o futuro leite condensado é alocado no
trocador, equipamento que permite o tratamento térmico. O procedimento
tem o objetivo de estabilizar as proteínas do leite, garantir
viscosidade ao produto em sua versão final e precipitar sais de cálcio.
Na penúltima etapa, o leite recebe a adição de açúcar. Isso
não serve apenas para adoçar o produto, como também para inibir a
proliferação de microrganismos.
Por fim, ele é levado ao condensador, onde o leite
misturado com açúcar é aquecido a 70º C, evaporando mais de 60% da água
presente no líquido. Após a vaporização da água, o item se transforma
no leite condensado que conhecemos, com consistência e sabor únicos.
Trata-se do doce que serve de base para a maioria das receitas de doces brasileiros. De acordo com a Nestlé, empresa que inseriu o leite condensado no Brasil, 60% dos doces contém o ingrediente em sua receita.
Fonte: searchonedigital.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário