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O mercado de franquias brasileiro superou expectativas e registrou um crescimento nominal de 13,5% em 2024, chegando a R$ 273,083 bilhões. Essa porcentagem superou a projeção inicial de crescimento para o ano, que era da ordem de 10%. No 4º trimestre, o setor cresceu 11,3%, totalizando R$ 81,086 bilhões. É o que revela a pesquisa de desempenho deste mercado elaborada trimestralmente pela ABF – Associação Brasileira de Franchising.
Este resultado está fortemente associado à
recuperação do consumo, alavancado pela baixa histórica dos níveis de
desemprego, pelo aumento da massa salarial e do poder de compra das
famílias. Outro fator importante foi a elevação mais robusta do
PIB, que saiu de uma expectativa inicial de 1,59% para um índice de
cerca de 3,49%. Internamente, também concorreram para este resultado o
avanço de uma agenda com foco em eficiência operacional, a digitalização
de processos e serviços e o
aprimoramento de estratégias omnichannel, assim como a expansão do
franchising para o interior e o aquecimento de mercados associados ao
agronegócio como o caso do Estado de Goiás.
Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, “um
mercado de trabalho forte e mais dinheiro circulando na economia, mesmo
com seus impactos inflacionários, impulsionaram o faturamento do
franchising brasileiro que, assim como outros
setores, superou as expectativas iniciais. Tal resultado, porém, não
seria possível sem o forte trabalho das redes franqueadoras de ajustarem
suas operações e ofertas aos consumidores. Gostaria de destacar
especialmente a busca de eficiência
operacional, o avanço da digitalização e o desenvolvimento de mercados
fora dos grandes centros”.
O setor chega em 2025 com o cenário em transformação e com alguns desafios. A pressão inflacionária se mantém, assim como a elevação da taxa Selic a patamares que tendem a dificultar o crédito e o consumo. O franchising estuda também como a recente volatilidade da cotação do dólar e os acontecimentos no panorama global irão impactar o setor nos próximos meses.
Redes, Operações e Empregos
O volume de redes se manteve praticamente
estável, com 3.300 marcas franqueadoras. Esse dado, somado a movimentos
de ajuste em grandes redes ao longo de 2024 e o foco de algumas
franquias em eficiência operacional, se refletiram no volume de
operações do setor que cresceu 0,9% e chegou a 197.709 operações.
Nesta área, a ABF identificou uma
diferença significativa entre o desempenho do mercado como um todo e das
redes associadas à entidade. Neste último recorte (associadas), a
pesquisa mostrou uma taxa de abertura de novas operações de 17,8%
(superior
à de 2023 que foi de 17,3%), um volume de encerramentos de 6,4% (também
superior ao ano anterior que foi de 5,9%), resultando em um saldo
positivo de 11,7%, pouco mais do que os 11,4% de 2023. Já o Repasse
chegou a 3,4%, contra 4,3% no período
anterior.
Nestes indicadores, nota-se que os
impactos da pandemia ainda se fazem presentes, especialmente naquelas
redes que enfrentaram desafios em termos de estrutura de capital. Outro
fator importante é o avanço do mercado de trabalho que pode ter atraído
de
volta alguns empreendedores por necessidade. Algo semelhante pode estar
ocorrendo com marcas franqueadoras que se lançaram no franchising ao
longo da pandemia e que agora, com a economia mais fortalecida, voltaram
a focar em outros canais. Deve-se levar
em consideração ainda movimentos de fusões e aquisições no setor, que
também se refletem no volume de redes e operações no Brasil. Apesar da
estabilidade no saldo final, a ABF ressalta que o setor continua a
receber novas marcas franqueadoras, de
diferentes perfis, e que o desejo do brasileiro por empreender nunca foi
tão grande.
Em linha com este panorama, o volume de empregos diretos gerados pelo setor cresceu 1%, atingindo 1.718.621 trabalhadores. “Esse
indicador é pressionado também pela dificuldade na contratação e
retenção de mão de obra, como pelo mergulho do
setor na digitalização. No entanto, à medida que as transformações das
franquias avancem, entendemos que o setor pode acelerar a geração de
postos de trabalho, especialmente entre jovens”, destaca o presidente da
ABF.
Crescimento de todos os segmentos
A pesquisa da ABF apontou crescimento de
todos os 12 segmentos listados pela entidade no ano de 2024. Alguns
registraram maior variação positiva. Entretenimento e Lazer
teve 16,6% de alta, em virtude de fatores como a melhora contínua
do mercado de trabalho, da baixa taxa de desemprego, do aumento da massa
salarial, que eleva o tíquete médio, e da demanda reprimida, ainda como
reflexo da pandemia. A entidade observou também um crescimento de
franquias relacionadas a entretenimento,
como brinquedos interativos, trampolins, máquinas de ursos de pelúcia
entre outros. Essas redes, em sua maioria, estão alocadas em shopping
centers, cujo segundo maior motivo de visitação passou a ser o
entretenimento, de acordo com a
ABRASCE.
Saúde, Beleza e Bem-Estar se destacou em segundo lugar, com avanço de 16,5%. O segmento se beneficia
do envelhecimento da população, com uma
demanda maior por casas de repouso e necessidade de cuidados
especializados, e também do maior acesso à telemedicina, o que, de modo
geral, tem melhorado a dinâmica desse segmento. Também há maior demanda
das pessoas por produtos de beleza e pelo autocuidado, e das mais jovens
por beleza e bem-estar. A influência das redes sociais é um fator
decisivo sobre padrões de beleza e de autocuidado que perduram desde a
pandemia. Além das clínicas de estética
manterem um bom desempenho, a Associação acompanha o crescimento das
chamadas beauty techs e do consumo de suplementos, produtos naturais, orgânicos e veganos, testes de pele, dietas específicas, entre outros.
Os segmentos de Alimentação - Food Service e Alimentação – Comércio e Distribuição
vêm a seguir, com crescimento de 16,1% e 14,7%, respectivamente. Entre
os fatores que os destacaram está o movimento
contínuo de retorno ao trabalho presencial, que deve perdurar pelos
próximos anos. O aumento da massa salarial e o volume de pessoas
empregadas também sustentam esse movimento, favorecendo as refeições
fora do lar e o delivery, além do consumo de
produtos de maior valor agregado. O segmento experimenta, ainda, o maior
consumo de alimentos de indulgência, o que levou ao crescimento de
redes de sorveterias, docerias e marcas especializadas em açaís, como
reflexo também das temperaturas mais
altas.
Esses mesmos segmentos também se destacaram no balanço do 4º Trimestre de 2024, apresentando crescimentos de 18% (Alimentação – Comércio e Distribuição), 17,4% (Entretenimento e Lazer), 16,9% (Saúde, Beleza e Bem-Estar).
Projeções das franquias para 2025
O cenário de aperto monetário, com a
perspectiva de novas altas da taxa Selic, PIB em ritmo menor, a pressão
inflacionária sobre o poder de compra dos consumidores e os reflexos nos
índices de confiança de empresários e consumidores, associado às
incertezas no campo internacional e à flutuação do câmbio, levaram a ABF
a realizar uma projeção, ainda que positiva, mais conservadora para o
setor em 2025. A entidade projeta um crescimento de 8% a 10% no
faturamento do setor em 2025, e expansões
de cerca de 2% nos indicadores de operações, redes e empregos diretos.
“Apesar dos desafios que já se colocam,
entendemos que a atuação em rede com suas fortalezas (ganho de escala,
compartilhamento de melhores práticas e atenção na ponta) vão falar mais
alto, assim como os frutos dos ajustes realizados ao longo
de 2024. Neste sentido, investir em tecnologia, uso de dados e
capacitação empreendedora serão fatores ainda mais fundamentais para o
desenvolvimento sustentável dos negócios no setor. E a ABF será uma
agente promotora destes aspectos em iniciativas
já em curso e novos projetos que serão lançados ao longo do ano”, conclui Tom Moreira Leite.
Metodologia
A Pesquisa de Desempenho do Franchising Brasileiro 2024 teve uma base amostral que representa, aproximadamente, 29% do faturamento do setor. Envolvendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de franchising são apurados em pesquisa por amostragem extrapolados para o mercado, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras.
DFREIRE Comunicação e Negócios
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