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A pandemia afetou negativamente muitos setores da economia no Brasil. Uma exceção, porém, foi o segmento de vinho, cuja produção, consumo e vendas aumentaram exponencialmente no ano passado, quando teve início a crise sanitária.
Dados da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), por exemplo, revelam que 2020 foi o ano do vinho no País. Ao todo, foram produzidos 24,2 milhões de litros de vinho a partir das uvas Vitis vinifera — que dão origem aos vinhos finos —, 56,56% a mais que o ano anterior.
Desde 2013, as vinícolas não produziam mais que 20 milhões de litros de vinhos finos, segundo a entidade. O resultado foi o melhor na história nacional e 2020 foi batizado como o ano da “safra das safras”.
A ascensão do vinho em um ano pandêmico
O isolamento social e a vida doméstica incentivaram o consumo de vinhos no Brasil. Segundo dados da Organização Internacional do Vinho (OIV), o consumo da bebida cresceu 18,4% no ano passado, indo na contramão do mercado internacional, que teve uma retração de 2,8%.
Esses dados revelam ainda que a alta do mercado de vinho no Brasil em 2020 foi a maior em 20 anos. Ao todo, os brasileiros consumiram 430 milhões de litros no ano passado, o que representa 172 piscinas olímpicas com padrão de 50 metros de comprimento e 2.500 metros cúbicos de profundidade. Em média, de acordo com esses números, cada brasileiro bebeu 2,6 litros no período.
A alta do dólar, o boom dos e-commerces que vendem vinhos online, dos aplicativos de delivery, e a maior exposição dos produtores brasileiros de vinhos finos nos últimos tempos também contribuíram para o ótimo resultado dos vinhos nacionais.
Os novos formatos, inclusive, como os vinhos em lata ou em caixas bag-in-box, estão atraindo os jovens para o mundo dos vinhos. Nesse caso, a aposta das marcas e vinícolas é nos vinhos fáceis de beber, no oferecimento de informação descomplicada e preço acessível.
Previsões para 2021
Este ano promete repetir o bom desempenho de 2020, pois a safra de uva foi a maior em duas décadas.
O motivo da boa safra está relacionado às condições climáticas. No Rio Grande do Sul, onde são produzidos 90% dos vinhos brasileiros, chuva, sol e frio vieram na hora certa. Grande parte da produção ainda está sendo maturada para o posterior envase e comércio.
Há motivos para comemorar?
O desempenho do vinho brasileiro melhorou, mas é preciso ter cautela e continuar o acompanhamento dessa evolução.
O Brasil é um país culturalmente cervejeiro — em média, são consumidos 65 litros de cerveja por adulto anualmente, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Cerveja (CervBrasil).
Além disso, o mercado de vinho fino ainda é novo por aqui, quando comparado aos países mais tradicionais, como Portugal (51,9 litros/ano) e até mesmo a vizinha Argentina (27,6 litros/ano).
O setor ainda busca melhorar sua competitividade frente aos importados. Mesmo com a alta do dólar no ano passado, as importações cresceram 28,85% no período, de acordo com a Uvibra. Inclusive, o Brasil é o maior importador mundial de vinhos chilenos, segundo o ProChile.
Sem contar que os vinhos brasileiros ainda sofrem certo preconceito no mercado interno. Muitas pessoas acreditam que o Brasil só produz vinhos de mesa de baixa qualidade, o que não é verdade. O País, aliás, bateu o recorde de premiações em uma das mais prestigiosas competições do setor, o The International Wine Challenge, com 55 rótulos nacionais reconhecidos.
Fonte: hedgehogdigital.co.uk
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